Liberdade no “online”
Surgida da necessidade de expressão e contacto, a “Oficina de Teatro Experimental” veio capacitar os nossos voluntários... à distância!
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Com a chegada do quarto, e último, trimestre deste ano, decidimos olhar para trás e recordar uma altura em que o “ficar por casa” já não contava como um lazer, mas como uma necessidade recorrente. Dentro da rotina habitual, forçosamente adaptada, foram vários os momentos em que estivemos em contacto com os nossos voluntários. Contudo, não se preocupem, essas oportunidades não implicaram quebrar regras. Nada disso! Embora a Agora Aveiro seja conhecida por questionar paradigmas e mudar mentalidades, a mudança também pode acontecer a partir do conforto das nossas casas. E foi isso mesmo que aconteceu!
A “Oficina de Teatro Experimental”, há muito tempo escondida na caixinha de ideias e ansiosamente aguardando o seu momento para brilhar, revelou-se quando menos esperávamos! O objetivo revelou-se na criação de um espaço seguro, onde voluntários e, futuramente, participantes pudessem trabalhar as suas capacidades de expressão, tanto verbal como corporal, e de debate de ideias. Para dar vida a esta ideia, tivemos que reunir as soft skills necessárias e, por isso, durante alguns meses, contamos com a presença de diversos formadores que fizeram nada mais, nada menos, que inspirar os nossos jovens.
Durante o tempo de pandemia, contamos com a presença virtual de, não um, não dois, mas seis pessoas muito especiais. Tudo começou com a Maria Matina, que nos trouxe teatro, improviso e expressão artística. Através de simples exercícios e energizers, foi capaz de estimular os nossos voluntários que até esse momento andaram um bocado “sedentários”.
De nacionalidade húngara, a Fanny Hajdú, da Drámapedagógus, abriu-nos o apetite para o mundo da pedagogia do teatro e teatro do oprimido. Com vários exercícios e exemplos práticos, apercebemo-nos da importância que a livre expressão de corpo e voz podem ter em todas as pessoas, de miúdos a graúdos.
Diretamente de Espanha tivemos a Gemma Aragonés da AlterNetwork. Palhaça de profissão, ajudou-nos a trabalhar as expressões faciais, o improviso e também o sentido cómico. Apesar de risos e sorrisos não terem faltado, percebemos que ser palhaço não é tão fácil quanto aparenta ser.
Também da Espanha, mas a viver e a lecionar no Reino Unido, o Gabriel Martinez não só trouxe exercícios inovadores, como também aliou toda a sua experiência profissional em ensino para nos aconselhar e inspirar futuros projetos.
A Anne Verhulst, dos Países Baixos, trouxe-nos um pouco mais de energia e movimento com o seu workshop de dança e expressão corporal. Os nossos quartos viraram recreios e esses espaços, aparentemente pequenos, conseguiram tornar-se gigantes.
Para fechar esta incrível ronda de workshops, a storyteller da Shokkin’Group dos Países Baixos, Gaia Theil, demonstrou a importância de uma boa narrativa e foi capaz de nos mostrar que aliando as palavras às sensações, conseguimos obter as emoções mais fortes.
Todos estes amigos, formadores e educadores trouxeram novas perspectivas e ideias, indispensáveis ferramentas e muita, muita energia. A distância não foi o reagente limitante e, com tudo isto, ficamos inspirados para fazer mais e melhor. Curiosos para saber o que trazemos para o ano? Fiquem atentos!
A “Oficina de Teatro Experimental” conta com o apoio do Município de Aveiro e do Instituto Português do Desporto e Juventude I.P..
Nuno Afonso