O Primeiro Passo é Plantar uma Árvore
Dia 12 de outubro, quarta-feira, decorreu aquela que já é a 4ª Edição do “Plantar o Futuro”. Na primeira edição depois da pandemia foram entregues quase 900 árvores à comunidade académica que prontamente aceitou este desafio.
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© João Simões, Helder Berenguer
As temperaturas batem recordes e o país arde. É a nova norma dos verões. Um ciclo vicioso que nos aproxima cada vez mais de um ponto de difícil retorno. “Não é um problema meu, é para os meus filhos e para os filhos dos meus filhos.” É mais fácil dizer que estamos num ponto sem retorno, que é um problema para as gerações futuras. Brincamos com esta ideia na esperança de que nos isente da responsabilidade e nos deixe mais serenos com a nossa inação. Mas nada disto nos absolve das consequências. Sobretudo quando o problema tem solução.
A premissa do Plantar o Futuro é a de que se cada um de nós plantar uma árvore, um dia teremos uma floresta. Se é importante plantar a semente de novas ideias e de melhores futuros, é igualmente importante colocar na terra as fundações desses futuros, por vezes, na sua forma mais literal. E é exatamente isto que se faz no Plantar o Futuro.
A Agora Aveiro estendeu novamente a mão à Câmara Municipal de Estarreja e à Universidade de Aveiro para trocar as acácias e ervas-das-pampas, espécies invasoras, por cerca de 900 carvalhos, freixos, amieiros, salgueiros, bétulas e pilriteiros. Estudantes, docentes e funcionários da UA são agora os orgulhosos pais e mães adotivos destas árvores e por elas estão responsáveis até ao final do Inverno, altura em que serão reintegradas no ecossistema do qual serão parte fundamental.
No Plantar o Futuro, cada semente é mais do que uma planta. Cada planta é uma pequena faísca que acorda nas pessoas, cansadas e assombradas por um futuro que lhes é vendido como sombrio e desanimador, a vontade de continuar de mangas arregaçadas e fazer mais. É preciso ver além do fumo, o real e o pintado pelo mediatismo. Há uma luz ao fundo do túnel, talvez até com uma ligeira tonalidade verde, de esperança, de nova vida. E tudo depende de mais uns pares de mãos que mantêm vivo e a ganhar terreno o movimento pela defesa e promoção da floresta autóctone e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios e conservação da biodiversidade.
A restauração das nossas florestas é, sem margem para dúvida, uma das mais poderosas ferramentas contra a crise climática. As árvores certas, plantadas nos locais certos, podem vir a capturar dois terços do dióxido de carbono produzido desde a revolução industrial num espaço de 40 a 100 anos. As gerações vindouras podem testemunhar um mundo melhor, e podem fazê-lo ao nosso lado, se agirmos hoje. Novas florestas precisam de décadas para atingir a maturidade e o avançar das alterações climáticas tornará cada vez mais difícil estabelecer um sistema capaz de fazer frente aos desafios. E os desafios são muitos, as áreas por plantar também.
É importante ter em mente que todas as maratonas são feitas de pequenos passos, firmes e recorrentes, um de cada vez. O nosso primeiro passo é plantar uma árvore. Assim se fazem grandes mudanças. Assim se ergue o futuro!
O “Plantar o Futuro” é organizado pela Agora Aveiro em colaboração com a Universidade de Aveiro e o Município de Estarreja. Conta com o Glicínias Plaza como "Main Partner", RODI Sinks e Caetano Auto como “Golden Partners” e SIRO - Substratos Profissionais e Casa Martelo como “Silver Partners”. É feito em parceria com o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, o Núcleo de Estudantes de Biologia - AAUAv e o Exodus Aveiro Fest. Tem ainda o apoio do Município de Aveiro, do Programa "Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas" e do IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P..
Liane Carvalho