Os monos andam à solta!
No passado dia 31 de outubro, Dia das Bruxas, os Monos assombraram as ruas de Aveiro. Coube aos voluntários da Agora Aveiro combater estes Monstros, apelando ao seu adequado descarte.
Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 23 segundos
© Helder Berenguer
Nas ruas de Aveiro uma irmandade de objetos abandonados ganhou vida na noite de Halloween. São os “Monos” - eletrodomésticos e móveis que um dia foram amados, mas que agora se encontram caídos no esquecimento.
Foi quando o sol se pôs e a cidade se envolveu na escuridão que, no passado dia 31 de outubro os voluntários da Agora Aveiro emergiram, trazendo consigo, não apenas os seus disfarces criativos, mas também uma mensagem urgente acerca da necessidade de um novo olhar sobre o descarte de eletrodomésticos. Para contextualizar, em Portugal, durante 2021, foram produzidas 224.918 toneladas de “monos” e “monstros”, resíduos volumosos como frigoríficos, televisões, estantes, colchões etc.. Infelizmente, uma grande parte da população não sabe como descartar estes resíduos corretamente. Não se devem simplesmente abandonar estes monstros, mas sim, no caso de residentes no Município de Aveiro, entregá-los à Veolia que, após marcação (através de contacto telefónico: 234 127 942), responsabiliza-se pela sua correta recolha e reciclagem.
Os nossos Monos, recolhidos ao longo dos últimos meses pela Veolia, foram colocados em frente ao Mercado Manuel Firmino, tendo cada um recebido um toque de arte personalizada, com decorações meticulosamente feitas à mão. Fantasmas ganharam vida, morcegos esvoaçaram e aranhas teceram as suas teias. Entre risos e sustos foram oferecidas bastantes guloseimas, proporcionando um toque de doçura que tornou a noite de Halloween ainda mais inesquecível.
Porque é que não se devem abandonar os monos? Estes equipamentos de grandes dimensões representam uma ameaça para o ambiente, ecossistemas e saúde humana. Quando indevidamente descartados - abandonados na via pública, em descampados ou junto aos contentores do lixo - libertam substâncias inflamáveis, corrosivas e tóxicas para o ambiente. Algumas destas substâncias podem também afetar a saúde humana, em especial o cérebro, coração, fígado, rins e sistema reprodutor. Criam ainda condições favoráveis para a propagação de mosquitos e roedores que, por sua vez, ajudam a propagar doenças. Além disso, o seu descarte indevido resulta num desperdício de recursos e de metais valiosos como o neodímio, o índio e o cobalto, utilizados na produção de carros, televisões e baterias.
E o que é que se pode fazer para reduzir este impacto? A melhor solução é fazer com que durem mais tempo. Sempre que possível, devem-se comprar equipamentos de maior qualidade que, embora mais caros, tendem a aguentar mais ciclos de utilização. Deve-se ter cuidado no seu uso, fazendo a devida manutenção. Quando avariados devem ser reparados e se, mesmo funcionais, não fizerem falta, podem e devem ser oferecidos a alguém que lhes dê uso.. Como alternativa, podem também ser entregues diretamente no Ecocentro Municipal de Aveiro
O projeto “Monos e Companhia” não busca apenas consciencializar mas, também, promover uma mudança de comportamentos, contribuindo para a construção de uma comunidade mais sustentável e responsável. Esta ação teve como público alvo as gerações mais novas, pois acreditamos que as crianças são o melhor motor em direção à mudança. Para quem perdeu a atividade do dia 31 de outubro, durante o mês de novembro, a exposição “Monos e Companhia” continuará disponível ao público no Ecocentro Municipal de Aveiro!
Ao escolher o descarte responsável, a reutilização e a reciclagem, podemos dar uma nova vida a estes objetos esquecidos. Vamos unir forças para reescrever o destino dos Monos, de forma a não deixá-los “sem companhia”.
O “Monos e Companhia" faz parte do projeto “Underground Division” da Agora Aveiro. Foi feito em parceria com a Veolia Portugal e contou com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro e do IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude I.P.
Beatriz Lopes