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A Agora Aveiro junta-se à associação DOMAS, da Croácia, e à Learning Library, da Estónia, para desenvolver novas ferramentas de promoção da literacia mediática para jovens, educadores e técnicos de juventude!
Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 27 segundos
Sabias que, de acordo com o Expanded Media Literacy Index, Portugal ocupava, em 2023, a 12ª posição na Europa em termos de literacia mediática?
A Agora Aveiro juntou-se à DOMAS, da Croácia, e à Learning Library, da Estónia, num projeto que procura investigar a relação entre os jovens, os media e a sustentabilidade, com o objetivo de desenvolver novas ferramentas práticas que ajudem os técnicos de juventude, educadores e os jovens em geral a combater os novos desafios de uma sociedade cada vez mais digital.
Mas afinal, o que é e para que serve a “literacia para os media”?
A literacia para os media, ou literacia mediática, é a capacidade de aceder, analisar, avaliar e criar conteúdos em diferentes meios de comunicação. As pessoas com boas competências para os media são capazes de analisar criticamente a informação que encontram online e tomar decisões mais ponderadas e seguras sobre os conteúdos que consomem. Tal é crucial num mundo onde a desinformação se propaga muito mais rapidamente do que os factos, com consequências potencialmente perigosas para a segurança, saúde, educação e até para a democracia.
Por onde começámos?
Antes de arrancarmos em força, dedicámos parte do nosso tempo à pesquisa, com o nariz no meio de livros, artigos e notícias, por forma a compreender em detalhe a situação atual nos três países envolvidos: Croácia, Estónia e, claro, Portugal, no que toca a políticas públicas e programas institucionais no âmbito da promoção da literacia mediática.
Posteriormente, realizámos um inquérito com jovens entre os 15 e 30 anos, no qual obtivémos cerca de 1000 respostas. Com estes dados foi possível comparar os resultados com as medidas implementadas em cada país. Analisámos também vários casos de estudo que destacam as boas práticas de associações e instituições que estão a combater a desinformação e a promover a literacia mediática, especialmente entre os jovens.
Se tiveres interesse em ler o relatório final da nossa investigação, podes encontrá-lo aqui!
Por fim, algumas conclusões
Em Portugal a investigação mostrou que as políticas públicas e programas europeus têm, de facto, promovido a literacia mediática de forma integrada. Iniciativas como o Erasmus+ e o Corpo Europeu de Solidariedade capacitam os jovens para enfrentar a desinformação e potenciam o desenvolvimento de um espírito crítico. A nível nacional, o "Plano Estratégico de Literacia Mediática" para 2024-2029 destaca a importância de formar cidadãos com pensamento crítico, capazes de distinguir factos de opiniões, e inclui medidas concretas para implementar estas ações.
No entanto, apesar dos progressos substanciais, o relatório sublinha a necessidade de melhorias no ensino formal, especialmente no início da educação primária, onde ainda há margem para reforçar a literacia mediática. Enquanto na Estónia a literacia mediática está profundamente enraizada na cultura digital, em Portugal o foco tem sido em projetos direcionados aos jovens, como o site P3 e a revista Visão Júnior, que aproximam as gerações mais novas dos media e promovem o seu uso consciente.
Um dos desafios crescentes é a desinformação sobre temas ambientais, como o greenwashing,práticas que fazem parecer que algo é mais sustentável do que realmente é. A pesquisa mostrou que a literacia mediática é essencial para ajudar os jovens a discernir entre práticas verdadeiramente sustentáveis e mensagens manipulativas.
O projeto "MIL GREEN" tem como objetivo desenvolver ferramentas que capacitem os jovens, educadores e técnicos de juventude a agir de forma crítica, responsável e consciente no meio digital, com um foco especial na sustentabilidade. Fica atento, porque está mesmo aí à porta!
O projeto “Media and Information Literacy for Climate Change and Environmental Topics” é financiado pelo programa Erasmus+, da Comissão Europeia, em parceria com a DOMAS, da Croácia, e a Learning Library, da Estónia.
Nuno Brízida