Avançar para o conteúdo principal
  • Inclusão e Sensibilização Social
  • Erasmus+

Corações e mentes abertas para comunidades mais inclusivas

No final de outubro a Agora Aveiro acolheu o Curso de Formação “Inclucities”. Lê a notícia que o Diogo Nascimento, participante no curso, escreveu.

Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 12 segundos

© Helder Berenguer

O que é que acontece quando se juntam 25 estranhos numa antiga Estação de Comboios? Na semana de 22 a 29 de Outubro, realizou-se um projeto de Erasmus+ com mais de 10 nacionalidades diferentes, intitulado “Inclucities: Youth Work & Activism for more Inclusive Communities”. Dos 19 aos 53 anos, os participantes vieram a Aveiro de todos os cantos da Europa e, durante uma semana, estiveram na Antiga Estação de Comboios de Aveiro, gentilmente cedida pelo Município de Aveiro. O objetivo - trazer maior consciencialização sobre estereótipos, preconceito e discriminação. O tópico principal do projeto foi o combate à opressão e desigualdade causada por estas três.

O projeto contou com a cooperação de oito ONGs da Croácia, Chipre, Malta, França, Itália, Turquia, Polónia e Grécia, mas também envolveu a participação de várias ONGs locais como: a Casa Vera Cruz, uma  ONG aveirense para o apoio aos refugiados através do CLAIM, e a Mon na Mon, que trabalha com estudantes e imigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Graças ao Projeto Sabura, apoiado pela Associação Mon na Mon, os participantes até tiveram a oportunidade de experimentar comida cabo-verdiana e são-tomense. É quase dispensável dizê-lo, mas só pelas ementas já vale a pena participar num projeto destes.

Teatro do Oprimido, Biblioteca Viva e “Guerrilla Marketing” -  três táticas de consciencialização com um propósito: transmitir uma mensagem sobre como derrubar barreiras e noções desatualizadas sobre a nossa sociedade. Ah e claro, foram as atividades levadas a cabo pelos participantes divididos em três grupos. O Teatro do Oprimido foi uma virtuosa atuação onde a plateia pôde participar e alterar o rumo de uma situação de opressão. A Biblioteca Viva, realizada na FNAC Aveiro, reuniu seis imigrantes a viver em Aveiro e transformou-os em “Livros Humanos” para serem lidos por quem o quisesse. O Guerrilla Marketing deste grupo consistiu na produção de vídeo sobre as perspectivas de refugiados, maioritariamente de guerra.  As três atividades correram lindamente e os participantes podem orgulhar-se (e provavelmente estão a fazê-lo) do seu trabalho indubitavelmente estimulante. Eis o que disseram alguns dos participantes sobre o projeto:

Este projeto foi uma viagem enriquecedora e deu-me uma maior compreensão do que é a inclusão, a diversidade e a educação não-formal. Através das conexões criadas com os participantes e com as organizações, tornou-se evidente que o aspeto mais importante deste projeto foi a rede de profissionais e o conhecimento que ganhei. Um dos momentos mais memoráveis para mim foi a criação de um vídeo profundo, que representou o nosso compromisso para com os princípios de inclusão e deixou uma marca no meu crescimento pessoal.

Outra participante disse que, apesar de conhecer o tema da inclusão antes desta experiência, o seu conhecimento estava limitado ao que havia aprendido na escola, na televisão ou nos jornais. Agora, é diferente, diz:

Graças às organizações que conhecemos, às atividades que fizemos e aos projetos que criámos, apercebi-me que é importante estar a par do que acontece à nossa volta, mas é ainda mais importante ver as coisas através do coração. Como parar de fazer julgamentos à primeira vista no nosso subconsciente e manter uma mente aberta, pois nunca sabemos a história de ninguém. Procurei sempre por uma solução complicada, quando era tão simples ajudar aqueles que precisam.
 

O Curso de Formação “Inclucities: Youth Work & Activism for more Inclusive Communitiesfoi organizado pela Agora Aveiro. Este projeto foi financiado pelo programa Programa Erasmus+ da União Europeia e teve o apoio da Câmara Municipal de Aveiro.

Agora Aveiro