Educação Global em Ação
A segunda mobilidade internacional do nosso projeto “Acting for Democracy” juntou vários técnicos de juventude em Aveiro, na última semana de maio. Uma vez mais, abordamos temas essenciais aos dias de hoje, com foco na importância da cidadania global.
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© Nataša Gološin, Tamy Rodrigues, Helder Berenguer
Esta semana, a Agora Aveiro acolheu a segunda mobilidade internacional, um Curso de Formação, do projeto Erasmus+ Acting for Democracy: Defending European Values with Theatre and Activism. Durante quatro dias cheios de energia, reflexão e colaboração, oito técnicos de juventude - quatro da organização CEKOM, da Sérvia, e quatro de Portugal - juntaram-se em Aveiro para explorar o conceito de Educação Global e o seu papel na construção de sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis.
Esta formação veio no seguimento da primeira mobilidade do projeto, que decorreu também em Aveiro, em fevereiro, sob a forma de uma visita de estudo centrada na União Europeia e nas instituições democráticas. Desta vez, fomos mais fundo no tema: se o primeiro encontro focou-se na participação jovem e no envolvimento democrático, esta nova etapa lançou-nos num olhar mais alargado sobre o mundo e sobre o nosso papel nele enquanto cidadãos e educadores.
Através de workshops interativos, simulações, desafios criativos e discussões em grupo, mergulhámos em temas como a cidadania global, o pensamento crítico, a visão sistémica e a resolução de problemas. Investigámos as ligações entre o local e o global, questionámos narrativas simplistas e refletimos sobre a complexidade dos problemas globais que afetam o nosso dia-a-dia, desde a justiça climática e as migrações, até à desigualdade e à desinformação.
As sessões foram pensadas não só para transmitir conhecimento, mas para despertar consciência e ação. O que significa agir como um cidadão global? Como podemos desafiar o status quo no dia a dia e no nosso trabalho com jovens? Que competências precisamos para navegar um mundo em crise e ainda assim contribuir para a mudança? Estas foram algumas das perguntas levantadas e, em parte, respondidas, durante o processo dinâmico de aprendizagem, baseado nos princípios da educação não formal e conduzido pela formadora Tamy Rodrigues.
A formação foi também um espaço de co-criação. Na educação não-formal não se aprende só com quem facilita, aprende-se uns com os outros. Para alguns participantes, esta foi a primeira vez que ouviram falar de certos conceitos e ferramentas. Mas no final dos quatro dias, essas mesmas ideias já faziam parte do seu vocabulário e da forma como pensam o seu papel no mundo.
O ambiente foi intenso, mas incrivelmente gratificante: dias cheios de aprendizagens, debates, gargalhadas e partilhas honestas, mesmo quando as opiniões divergiam. Criaram-se novas amizades, surgiram novas perguntas e sentiu-se um verdadeiro espírito de propósito comum. A diversidade de perspetivas entre portugueses e sérvios não foi um obstáculo, foi uma riqueza. Ajudou-nos a perceber melhor como a democracia é vivida em diferentes contextos e como a Educação Global pode servir de ponte entre realidades tão distintas.
No final, os participantes não levaram apenas ferramentas e conhecimentos, levaram consigo motivação renovada para continuar a agir, a nível local e global, por um mundo melhor. Esta formação não foi só "mais uma". Foi um lembrete de que, quando é bem feita, a educação empodera. E que os trabalhadores e trabalhadoras jovens, quando têm espaço e confiança, já estão a mudar o mundo, passo a passo.

Nataša Gološin